Exposições

 

O quintal é o mundo: expressões urbanas


“O Quintal é o Mundo: Expressões Urbanas”, André Bueno. Centro Cultural Fundação CSN, RJ, 2014. Exposição e Instalação Individual.

O Centro Cultural Fundação CSN traz para Volta Redonda  (RJ) e região a exposição “O Quintal é o Mundo: expressões urbanas” (2014), do fotógrafo paulistano André Bueno. Sua produção fotográfica apresenta o cotidiano de milhares de crianças, adolescentes e jovens em espaços nomeados por André como quintais. Esses quintais se tornam cenários de encontros, a princípio norteados pelo lúdico. Com o passar do tempo, a motivação individual busca o coletivo e os quintais se configuram em um modelo de interação social, dotados de especificidades vinculadas a territorialidade, valores, produções artísticas, culturais e nos convidam a refletir sobre o ser humano e seu lugar no mundo em busca de uma sociedade mais justa.

O Quintal é o Mundo: expressões urbanas” apresenta fotografias documentadas a partir de vivências e relações dialógicas entre André e a juventude. A coexistência do fotógrafo, educador e documentarista faz com que, em meio aos processos educativos com os grupos, provoque o olhar do outro e também seja provocado, tendo como consequência fotografias autorais produzidas entre 2001 e 2014. O quintal é o espaço e as pessoas, individual e coletivamente, agindo uns sobre os outros. Este processo acontece espontaneamente em diversos “quintais” e surge dessa correlação um mundo carregado de características específicas.

A presente exposição narra o percurso dos elementos espaço e pessoa sob a ótica de Bueno, a iniciar pelo cenário da periferia apresentado em sua composição visual em camadas de sobreposição e a forma em que o espaço movimenta o ciclo da construção e desconstrução. O que era o todo, vira fundo e surge a figura humana em diversas formas de apropriação e ressignificação do cenário, as expressões corporais, brincadeiras e a forte influência do futebol de rua, constroem o quintal em constante mutação através das interações. Paralelo a este contexto, é apresentado o protagonismo humano, fruto do quintal e que se lança ao mundo, através de manifestações culturais do grafite, hip-hop, skate. Música, dança e fotografia. São meios de comunicação importantes no processo de empoderamento, fortalecimento de identidade e construção de imagem de mundo, além da circulação em outros quintais, criando uma teia que realimenta a correlação entre espaço e pessoa.

Texto:  Helder Oliveira, Sup. Cultural e Pedagógico, Centro Cultural Fundação CSN

 

Margem: um olhar sobre o extremo


“Margem: um olhar sobre o extremo”, André Bueno. Sesc Interlagos, Centro Cultural Santo Amaro, Metrô Consolação, SP, 2016. Exposição Individual.

O educador e fotógrafo André Bueno, expõe com sensibilidade seu trabalho autoral, fotografado sobre as questões humanas com uma narrativa visual e poética singular. De modo singelo, revela sua intimidade com a represa Billings, onde aprendeu a nadar, remar e viu seus tios e avô preservarem a tradição da pesca artesanal. Suas representações nos remete a forma de habitar e a simbologia subjetiva do quanto a represa representa para a questão de identidade e sustento de seus moradores e usuários.

A Billings, um dos mais importantes reservatórios de água da metrópole paulistana, é retratada por sentidos que transbordam pela sua poesia latente entre a margem e o urbano, entre a água e a terra, entre o jovem e a água, na cultura tradicional da pesca que resiste e sobre as brincadeiras juvenis. Em “Margem: um olhar sobre o extremo”, a água surge como elemento fundamental que permeia o ensaio autoral do artista. A água é o elemento puro na proximidade do olhar e seus reflexos para os extremos. É fotografada como protagonista de uma narrativa visual desde sua nascente, seus animais, sua vegetação, sua degradação até as ações de sustentabilidade e sustento, além de toda arquitetura que ali se estrutura às margens da capital e do capital.

As composições de André retratam paisagens naturais exuberantes em plena metrópole paulistana. Revela um barco que leva e traz muitos sonhos. Retrata o cotidiano duro de trabalhadores que encontram no trabalho tradicional da pesca e da agricultura familiar seu sustento e sua alegria. Mas também nos enche de esperança ao tecer uma rede de humanos, ao nos mostrar os pontos de encontros culturais da juventude, ao eternizar as brincadeiras de criança, ao revelar cenários envolvidos em uma névoa de sonhos, pequenos esconderijos para o repouso da vista. E é o mesmo olho, a lente que acompanha o artista em todas as suas formas de expressão, convidando o observador menos atento a descobrir as delicadezas de seu percurso cotidiano e a necessidade imperiosa de preservar o meio ambiente.

Texto: Fábio Silvestre da Silva, Psicólogo, Educador Social e militante de Direitos Humanos

PertenSer


“PertenSer: André Bueno”. Sesc Interlagos, SP, 2022. Exposição e Instalação Individual.

Em “PertenSer” (2022), André Bueno ressignifica seu trabalho documental sobre o Extremo Sul de São Paulo por meio de colagens e intervenções fotográficas. As representações de seu percurso no território incluem seu olhar para a Represa Billings, para as áreas de proteção ambiental, paisagens e culturas locais. São apresentadas em “lambes” fixados em paredes e em outros suportes dispostos nas áreas verdes do Sesc Interlagos, possibilitando novos sentidos para os espaços da unidade, mas também para as imagens do autor que passam a interagir com os ambientes de forma lúdica e interventiva.

Nesta exposição, a fotografia atua como expressão de identidade e de pertencimento, mediando o contato do público com a natureza, com a periferia, com seus personagens e comunidades de resistência. Bueno propõe ao público não apenas novos percursos pela unidade, mas diferentes experiências de contemplação e reflexão.

Local: Viveiro de Plantas; áreas de vegetação nativa; Espaço de Tecnologias e Artes (ETA), 2022.

Exposições Coletivas e Curadorias


“Virtudes Virtuais”. Galeria Sociedade Fluminense de Fotografia, RJ, Grupo Desafio 10, RJ, 2016. Exposição Coletiva.

“É Difícil Defender a Vida Só Com Palavras”, Projeto Um Olhar e CEDECA Interlagos, Galeria FUNARTE, SP, 2009. Exposição e Instalação Coletiva.

“In Visível – Imargem”, Galeria Prestes Maia, Secretaria de Direitos Humanos SMDHC, São Paulo, 2015. Exposição e Intervenção Coletiva.

“Novo Olhar Urbano”. Galeria A7MA, SP, 2014. Exposição Coletiva.

“Marcas: Imagens de São Paulo”, Centro Universitário Maria Antonia, Instituto de Estudos Avançados -IEA/USP, SP, 2014. Curadoria de Exposição Coletiva.